Pablo Picasso foi um artista do século XX que tinha em suas mãos diversas facetas. Ele era, durante a carreira, poeta, cenógrafo, dramaturgo, escultor, ceramista e pintor.
Mesmo sendo de origem espanhola, o pintor, como é mais conhecido, passou grande parte da vida na França. É identificado como um dos inventores do cubismo, juntamente com Georges Braque, responsável pela escultura construída.
Seus quadros de maior renome representam o estilo defendido por ele, tratando-se de As Meninas D’Avignon (1907) e Guernica (1937).
Este último, contudo, possui inspiração e função idealista para o pintor e todos aqueles que ouvem falar da obra.
História do Quadro Guernica
O quadro de 1937 é um óleo sobre tela no tamanho 349,3 x 776,6 cm. Numa composição incrível, a obra é uma representação exata do horror e do caos, criada para integrar o Pavilhão Espanhol na Exposição Internacional em Paris.
A motivação que Pablo Picasso teve para pintar a cena de contexto histórico foi a notícia do bombardeio aéreo alemão na cidade basca cujo nome é o mesmo do quadro.
Visões que o artista tinha registrado das fotografias dramáticas publicadas em vários jornais do mundo, a respeito do que a guerra poderia causar em uma população. Apesar disso, nem os rascunhos, nem o quadro concluído contêm uma única referência direta a algum acontecimento específico, criando, ao invés disso, uma crítica global contra a barbaridade e o terror da guerra.
Análise do Quadro Guernica
A enorme figura tem a projeção de um imenso cartaz, demonstrando os horrores que a Guerra Civil Espanhola estava provocando e ainda gerando um aviso do que estava para acontecer na Segunda Guerra Mundial.
Definitivamente, o quadro Guernica, de representação máxima do cubismo, tem significado político.
As cores omitidas, a força de cada uma das causas e a maneira como são conectadas, são todas fundamentais à catástrofe extrema da cena, que se tornaria o símbolo de todos os traumas assoladores da sociedade moderna.
A obra Guernica motivou uma sequência de observações polêmicas, com certeza, em parte por motivo do uso proposital de apenas tons de cinza na pintura.
Analisando o repertório de imagens na pintura, é possível dividir os objetos da composição piramidal em dois grupos:
- O primeiro dos quais é formado por três animais; o touro, o cavalo ferido e o pássaro alado que pode ser visto no fundo à esquerda.
- O segundo grupo é formado pelos seres humanos, composto por um soldado morto e uma série de mulheres. O do canto superior direito, segurando uma lâmpada e se inclinando por uma janela. A mãe à esquerda, chorando enquanto segurava sua criança morta. O que se apressa da direita e, finalmente, aquele que está chorando para o céu, com os braços erguidos enquanto uma casa queima por trás dele.
Dois anos antes de Guernica ser obra notável e fato lamentável, em 1935, Picasso tinha feito a gravura Minotauromaquia, um trabalho resumido, reunindo em uma só figura todos os emblemas de seu ciclo dedicados à criatura mitológica, que é o parente mais próximo de Guernica.
Significado do Quadro Guernica
No fim, restam os questionamentos sobre “Qual seria o melhor caminho atualmente para protestar contra uma guerra”? “Como você pode influenciar o maior número de pessoas possível”?
Pois, Picasso mostrou sua revolta contra a guerra com Guernica, essa imensa pintura do tamanho de um muro exibida para milhões de visitantes na Feira Mundial de Paris.
Boa parte do poder emocional do quadro vem de seu tamanho esmagador. Guernica definitivamente não é uma pintura para olhar de longe. Parece que ela o envolve, o imerge em suas imagens e movimentos maiores do que a vida.
E embora a extensão e suas diversas figuras referenciem a longa tradição das pinturas da história europeia, este quadro é diferente porque desafia em vez de aceitar a noção de guerra como heroica.
O governo da República Espanhola adquiriu o mural Guernica de Picasso em 1937. Quando a Segunda Guerra Mundial começou, o artista decidiu que a pintura deveria permanecer sob custódia do Museu de Arte Moderna de Nova York até o conflito terminar. Em 1958, Picasso ampliou o empréstimo da pintura ao MoMA por um período indefinido, até que a democracia fosse restaurada na Espanha. O trabalho finalmente retornou ao país em 1981.