Poema No Meio do Caminho de Carlos Drummond de Andrade

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carlos drummond de andrade O poema No Meio do Caminho de Carlos Drummond de Andrade é um famoso poema do autor, publicado em 1928 pela Revista Antropofagia, que pertencia ao movimento vanguardista brasileiro que culminou na Semana de Arte Moderna de 1932. O poema foi publicado, junto a tantos outros poemas do autor, no livro Alguma Poesia, lançado em 1930.

Carlos Drummond foi um grande poeta brasileiro da segunda fase modernista brasileira, nascido em Itabira em 1902, interior do Estado de Minas Gerais. Em seu poema, No meio do caminho, Carlos Drummond de Andrade poema sobre o que seria um acontecimento simples e banal, mas que ao ser dada a devida importância, simboliza de muitas formas os problemas mundanos enfrentados pelo homem em sua vida.

Análise do poema no Meio do Caminho

O que significa o poema No Meio do Caminho? A interpretação do poema no Meio do Caminho pode ser considerada muito ampla e livre, apesar de ter como base a ideia de que o movimento modernista tinha de romper com as estruturas poéticas de métrica e rima engessadas.

Antes dos detalhes interpretativos para a peça, é importante perceber que a mesma possui em sua estrutura versos livres e uma temática que foge ao romantismo poético comum, e que busca dar foco a momentos e tipos mais cotidianos. A imagem da pedra no poema pode simbolizar diferentes tipos de entraves e contratempos da vida, o que não é a imagem mais romântica, apesar de ser igualmente poética.

Ao se repetir no poema e própria constatação de que no meio do caminho tinha uma pedra, o autor busca relembrar a todo o tempo o fato de que o caminho, o dia, a vida, possui pedras que vão ser encontradas, que vão nos fazer recalcular a rota, que vão nos fazer parar, talvez tropeçar, o que é inevitável. As noites sem estrelas também virão, esses momentos fazem parte do caminho, são naturais. As pedras podem ser retiradas, e logo aparecerão outras.

estátua de carlos drummond de andrade

Estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade na Orla de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Assim, o poema de Carlos Drummond de Andrade leva aos seus leitores e apreciadores a relembrarem dos caminhos que já percorreram sobre as pedras que encontraram e como essas lhe fizeram cansar, atrapalharam o seu caminho, mas de toda forma foram inevitáveis, e por isso assim ser, fez naturalmente parte do caminho. As pedras são também o caminho, a apesar do cansaço, das “retinas fatigadas” e das “noites sem estrelas”, o poeta busca retomar sempre o simples fato de que no meio do caminho tinha uma pedra. A lembrança da pedra o faz refazer todo o caminho já trilhado, que agora olhando para trás pode finalmente dar-se conta dos problemas superados que o fizeram seguir o caminho.

A data de publicação do poema no meio do caminho é muito importante para aprofundar a interpretação de seu texto. O movimento modernista brasileiro da década de 1930 buscou trazer o comum, o cotidiano para o ambiente artístico, sem muitas voltas, mas indo de encontro com uma linguagem mais simplificada e acessível. Ainda que a arte estivesse resguardada a âmbitos fechados da classe brasileira, seu potencial é desbravado no sentido de ser um poema universal, claro e revolucionário.